quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Segundo trimestre



Na minha opinião, é a melhor fase da gravidez. Com a barriga grande você começa a fazer proveito das vantagens de ser uma gestante. Em filas de banco, lojas, supermercados... Basta dizer a senha em tom de dúvida: PREFERENCIAL? - para ser encaminhada diretamente à solução. Muita gente não gosta, viu? Acha frescura e tal, mas a verdade é que as nossas pernas e os nossos pés agradecem toda e qualquer gentileza.

p.s.: Atenção: Não deixe que as pessoas tirem proveito disso. Afinal, você passa a ser a melhor compania para as compras.

Outra grande gostosura da fase são os paparicos em casa. Nossa... Tudo que eu peço ao Lucrécio é atendido em, no máximo, um minuto. Sem contar as massagens nos pés, nas pernas, nas costas para aliviar a tensão.

Espero que, depois do parto, a mudança não seja tão radical nem traumática. Por isso é bom manter o treinamento do cotidiano também. Um bom exercício é lavar e passar as roupinhas do bebê com sabão em pó de côco e amaciante infantil. Algumas, por serem bem delicadas, não devem ir na máquina. Esse já seria o exercício posterior: enfrentar um tanquinho de vez em quando. Outro bom exercício para manter o espírito de Amélia lá em cima é tirar cravos do marido. A maioria gosta. Eles se acham o macaco rei da floresta com a fêmea ali meio que a mercê.

Coitados... Não percebem que a vontade de esganá-los ainda existe, mesmo que pequena. Então, a vantagem desse momento a dois é poder misturar leves toques na pele dele com um pouco de dor, uma forma de trabalhar duas coisas ao mesmo tempo.

Risos. Eu escrevo assim, mas também não é para tanto. Eu amo o Lucrécio.

Sim... Ía esquecendo dos almoços em família. A grávida sempre tem prioridade e pode comer o quanto quiser. Além de escolher a sobremesa. As que ficaram para titia morrem de inveja.

Fazer o quê? FILHO!, muito simples.

Quando dizem que ser mãe é padecer no paraíso. Tudo isso está no pacote de viagem.

Aproveite!!!

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

COMO DÓI TER QUE IR AO BANHEIRO


Bem, preciso registrar logo uma estória, senão esqueço. Acabou de acontecer. Nossa!... Quando dizem que grávida tem prisão de ventre, esquecem de dizer que é uma prisão de ventre fora do comum. Raramente, evacuamos (no popular, cagamos). A minha tese então é a seguinte: o cocô que se forma dentro do intestino de tanto tempo que não dá as caras nem sabe mais qual é o padrão do tamanho para passar no buraco. Logo, quando vem, vem gigante, para todos os lados, como pipoca doce, sabe? _ uma grudada na outra. Absurdo!!!
O que eu indico para amenizar o sofrimento de uma grávida que vai ao banheiro fazer o número 2 é aproveitar a vontade. Bateu a vontade, vai! Nem pense! Porque o organismo ajuda, faz uma forcinha extra o que é legal.
Pior que sempre quando me bate essa vontade, o banheiro está ocupado. AH!!! Falto esmurrar a porta. Bem... por educação dá para esperar um pouquinho, mas se a pessoa que está lá dentro é o seu marido, diz para ele se mandar porque o caso é de urgência. Caso contrário, ele está morto!
O Lucrécio quando está no banheiro de manhã demora horrores... faz a barba, se olha incansavelmente no espelho, faz a digestão... Homens... como sempre demoram muito para coisas tão práticas.
Uma vez, tive que apelar para o banheiro de empregada do apartamento. Já estava no sétimo mês de gravidez. Pedi, meio com raiva, para ele me passar um rolo de papel higiênico pela janela. Eu crente que ele, gentilmente, ía ver que o negócio era sério e dar a vez para uma gestante. Mas que nada, Lucrécio atendeu ao meu pedido e tive que ir à luta no lavabo extra mesmo.
Há tempos não era tão difícil. Mesmo com vontade, estava cruel. Aquele banheirinho espremido então, aumentava a minha dor. Encostei a cabeça na enceradeira, segurei firme na tábua de passar e pedi à Deus que amenizasse o meu sofrimento. Mas meu desespero aumentava cada vez mais ao lembrar que a minha intenção era ter parto normal. Putaqueopariu!!!!! Imagina! Se por trás estava doendo daquele jeito, pela frente com o cabeção do moleque então....
Enfim, encarei como um treinamento e consegui. Entre bagulhos e mais bagulhos naquele banheirinho, fiz a merda. E dá tanta raiva do cocô que a gente faz questão de olhar o infeliz. Porra, o banheirinho estava sem luz. Mas mesmo assim, era uma questão de honra. Cheguei a cara perto do vaso e olhei bem para ele antes de apertar a descarga. Tipo nos filmes em que o mocinho olha bem na cara do bandido antes do golpe final.
Menina, o bicho era tão parrudo que até a tubulação queria recusá-lo. Haja de descer água e nada dele se mandar. Ficava ali aquela coisa preta de combirom ressurgindo.
O adeus demorou, mas ele partiu!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

VISÃO DA SOGRA


Bom gente, agora é minha vez de me apresentar e contar a estória pelo meu “ângulo” ops... vejam bem o q vcs pensaram, heim???
Meu nome é Dona Margarida, mãe da linda e doce Magnólia e atualmente, por livre e espontânea pressão, sogra do Lucrécio!!! Brincadeirinha, viu Lucrecinho pois a sogrinha te adora!!!!
Bom, vamos lá... Quando a Mag me ligou com a noticia denifitiva que estiva grávida... me bateu aqueles 15 segundos, ou melhor, 30, ou melhor, 60... de desespero, dúvida, medo, alegria, felicidade, orgulho, preocupação, enfim, minha kbça ficou parecendo um liquidificador batendo um bolo de temperos, na última velocidade!!! Saca a dança do Creu na maior velocidade? pois é... foi mais ou menos assim!!!!
Mas após esses 60 benditos segundos... hehehe... acharam que tudo passou?... não!!! tudo ficou mais confuso!!!
Comecei a raciocinar (sim, eu penso, logo existo, por isso serei VÓ!) metodicamente, como uma boa virginiana que sou! E agora? Será que ela vai ter o bebê lá em Belém? Se ela tiver o bebê lá, como vou fazer para ajuda-la já q só terei direito a um mês de férias no trabalho? E o Lucrécio, que até então eu só o conhecia pelo tel e percebia como a minha filha o elogiava e estava apaixonada... esse talzinho bonitinho, bonzinho, educadinho aí, após os 60 segundos, tornou-se o meu arqui rival!!! O que ele fez com a minha “menina”???? bom, mas vendo por outro angulo literalemnte, o que ele "fez" foi pq ela deixou e se ela deixou, foi pq estava gostando e se tava gostando, foi bom... mas... será que usaram camisinha??? SIM porém a camisinha furou... e pq será que não partiram para a pílula do dia seguinte??? PÁRTIRAM SIM, mas ela foi tomada no dia seguinte do dia seguinte!!! aí... deu no que deu!!! bem, voltando ao raciocinio inicial...........e o pior, pensei também no seguinte... algumas vezes que fui lá visita-la, durante os 3 anos, percebi que os homens de lá tinham a circunferência da kbça (é daquela que fica acima do pescoço e dos ombros que estou me referindo!!!) um tanto quanto avantajada... aí me bateu a pior sensação!!!! E o parto??? Como será??? Como será esse baby??? Vai detonar com minha filha!!!! Será que vai ser necessário uma cesariana em cruz???? Putz.... tudo mto louco na minha kbça.... nessas horas acho até que se eu fosse adepta a dar um “tapa na pantera” de vez em quando, iria me acalmar um pouco... mas como não sou chegada... levantei a kbça, estufei o peito e disse: A F G!!! apertando a tecla sap: Agora Fudeu Geral... enfim... pensei no parto, pensei na despesa, pensei na viagem, pensei no nome da criança, que obviamente não poderia ser a junção do nome do pai com o nome da mãe pois imaginem: Lucrenólia, Magcrécio, etc... pensei se ele seria um bom marido pra ela, me imaginei como sogra (erk) e a única conclusão que cheguei foi:
Tenho que procurar ajuda!!! Mas onde??? Acredito e tenho muita fé em Deus mas nessa hora precisava ouvir de outras bocas o que iria acontecer!!! E então mais dúvidas... uma psicóloga (claro que não pois a coisa não é tao grave assim)???procuro um pai de santo (que pai, de que santo?)? Uma igreja evangélica para conversar com o pastor (óbvio q não pois iria recriminar a situação com total veemência)? Uma vidente (será que ela iria ver algo mesmo?)? Uma Igreja Católica pra me confessar (confessar o q se não era eu quem estava grávida)? A Dª Rita mãe de santo da Uruguaiana (ñ dava pois a dona é tão boa que vc fica horas na filha... parece até INSS)? Uma taróloga (conheço uma tal de Irene fantástica! Mas que já se tornou minha amiga e é claro que ela me diria: calma, tudo vai dar certo!!!) ... então... conversei com minha mãe, a Dª redondinha que quase teve um piripaco de emoção, felicidade, preocupação, enfim tudo o que eu senti e mais um pouco pois a véia é hipertensa!!! E afinal de contas, é o meu primeiro neto e o primeiro bisneto da Dª redondinha!!!
Caraca!!!! Quanta doideira!!!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

TRÍADE ACEITAÇÃO: Eu mesma, minha família, família dele.


No topo da pirâmide:
Entender que a barriga cresce é aparentemente impensável para alguém que sempre se preocupou em alcançar o abdômen sequinho e a silhueta de pilão. Inflar como um balão ultrapassa qualquer romantismo que é em gerar uma vida (venhamos e convenhamos). A pior fase é quando ninguém sabe que você está esperando um bebê e te chamam de gordinha. Ser obesa tudo bem, é questão de biotipo. Mas GORDINHA, é sacanagem! Como se fosse falta de personalidade. Lucrécio, sempre disse que eu estava linda. Não adiantava muito, eu precisava me sentir bem.

A praia é o pior lugar para se freqüentar no início da gravidez. O desfile de saradas deixa a gente meio para baixo. Se o parceiro estiver junto então, piorou. Você pensa: _ Estou uma baranga! Dá vontade de fincar uma plaquinha de esclarecimento na areia: MUSCULAÇÃO INTERROMPIDA POR UMA GRAVIDEZ DELICADA, DESCULPE O TRANSTORNO! BREVEMENTE NOVAS INSTALAÇÕES.

Mas como tudo passa, no quarto para o quinto mês, minha barriga DE GESTANTE começou a aparecer. Tinha chegado a hora do acerto de contas! Em qualquer oportunidade, estava eu de topzinho com uma calça bem baixa ou um saião. Todo mundo ía saber a verdade. Não se tratava de uma gordinha, mas de uma grávida gostosa. É!

Aí começam os elogios na rua, tanto de mulheres como de homens. E você passa a se sentir a mulher mais bonita do mundo!!! A minha aceitação da gravidez começou, assim, pelo corpo. Sendo que vem também a paranóia do parceiro. Sei lá, Lucrécio ficou meio paranóico. Como eu não queria dar para ele por causa da libido baixa. Ele achava que alguém poderia estar se dando bem no ‘pé-de-Lucrécio’.

A base:
Eu contei para a minha mãe que estava grávida assim que soube da façanha. Já com o resultado positivo do teste do xixi em mãos, liguei para ela e perguntei se ela gostaria de ser avó. Do outro lado da linha, o silêncio de 15 segundos seguido de um riso contido e uma voz embargada: _ Magnólia, você está grávida? Respondi: _ Não, mãe. Vou fazer o teste agora. Mas antes, quero saber sua opinião. Seria melhor abortar? Ela:_Não!!!! Você está doida? Se vier, vamos criar com todo amor. Pronto! Estava decidido. Com esta resposta, mesmo se o Lucrécio não quisesse, eu iria enfrentar o desafio.

Desliguei o telefone e perguntei para o Lucrécio: _ Você quer ser pai? Ele também ficou mudo por alguns segundos. Riu, riu, franziu a testa mil vezes... E disse que sim, que sempre me imaginou como esposa e mãe dos filhos dele, mas só que foi cedo demais. Quis deixá-lo à vontade quanto à decisão. Disse que teria a criança e que se ele não assumisse tudo bem. Ninguém precisava saber, nem a família dele. Eu criaria o bebê com a ajuda da minha família. Com convicção ele respondeu: _ Mag, nós vamos ter um filho! Foi lindo e ao mesmo tempo assustador. ÁREA DE TURBULÊNCIA!!!! Nossa relação ainda era imatura. E de namoradinho para “até que a morte nos separe”, ai, ai, ai. Deu um frio na espinha. Não pelo bebê, mas por ter que carimbar o passaporte para uma vida a dois, digamos eterna enquanto dure... ADEUS SOLTERICE, MORAR SOZINHA, NÃO TER QUE DAR SATISFAÇÕES, PORRES, NOITADAS INCONSEQUENTES, ADEUS! Era a vez de eu me regenerar, não havia saída.

Nisso, durante todas essas revelações, minha mãe ficava ligando de cinco em cinco minutos. Na última ligação, ela já tinha comprado uma centopéia de pelúcia de quase dois metros para decorar o chão do quarto do netinho. Pelo visto, a aventura estaria começando.

Do outro lado, o pior:
Na minha família, tudo é festa! ‘A gente briga, mas a gente se adora e se diverte’ demais. Mas, na família do Lucrécio, o buraco é mais embaixo. A mãe dele adora a Europa, aí já viu. Falou que ter um filho no Brasil era irresponsabilidade social. Ainda mais sem saber a procedência da minha família.
Opa, espera aí!!! Agora, feriu os Siri na Lata Pereira de Souza. Não estamos falando de cachaça de última, não, minha amiga. Fui nascida e criada na Ilha do Governador; sou neta do sambista “Porém” da Velha Guarda da Portela e gerada numa família de ex-bicheiros; e sempre fui respeitada na comunidade, seja no asfalto ou no morro. Então, sogrinha, A MARCA AQUI É REGISTRADA e com garantia de fábrica. Tá pensando o quê?
Pegar avião e estudar no exterior é fácil, com todas as dificuldades ainda é um luxo. Quero ver se meter dentro de um 485 lotado, encarar uma Linha Vermelha ou a Av. Brasil e quando chegar em casa ainda ter que esquentar a barriga no fogão com um tiroteiozinho rolando de vez em quando.

Irmãozinhos, eu digo, eu vi o mundo dar voltas sóbria! Saca essa: A minha cunhada, irmã mais velha do Lucrécio, apareceu grávida de 7 meses. FOIIIIIIIII! Ela, que nos dava lição de moral via internet, estava escondendo a gravidez, acredita??? A mãe dele quase teve um troço quando descobriu que seria duplamente vó. E tem mais um detalhe: A procedência, ou a paternidade, era desconhecida. Foi preciso fazer alguns testes de DNA para verificar a origem do produto. Verdade! Se fosse lá no morro íam dizer:_ Quem tem telhado de vidro, amigo, tem que saber como joga marimba.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

OS TRÊS PRIMEIROS MESES


A primeira coisa a fazer: Comprar revistas e acessar sites de gravidez. Claro, além de procurar um bom acompanhamento médico. AH, quem diria... Eu fazendo pré-natal. Gente, minhas amigas não acreditaram quando contei a novidade. Todas: _ Vocêeeeeeee, mãe? Depois completavam: _ Sua louca! Ainda bem que nunca precisei de consolo. A idéia de ter uma criança assustou, porém começou a ficar divertido apesar da caretice. No cigaretts, no drinks, no drugs... Nem sexo. Pode acreditar! Minha libido baixou totalmente. Lucrécio, que sempre elogiava a minha performance, entrara no deserto do Saara. Ruim para ele, pior para mim. Afinal, fui alvo de muito mais.

As mudanças que um bebê trás na vida de uma mulher começam pela geladeira. Iogurte sem gordura, leite desnatado, pão integral, quase tudo light... verduras, legumes, hamburger só se for de soja.
Enfim, adeus às batatas fritas, às vodkas e aos excessos pecaminosos.
Depois de ajustar a lista de compras, é a vez do armário. As roupas ficam incômodas. Isso quer dizer que você de 40 vai passar a vestir 44. Não se assuste! A explicação é que a bacia dilata para a passagem do bebê. Ou seja, seu quadril fica do tamanho de um bonde. Também não se preocupe com a beleza porque os homens adoram grávidas. Os seios ficam como os das atrizes de filme pornô. Seu parceiro vai ficar hipnotizado e você com vergonha até acostumar com o aumento de recheio.

Lembro quando a minha mãe foi passar uns dias lá em casa para ver de perto o surgimento da barriga. Ao tirar a blusa na frente dela, ela gritou: _ Caralho!!! Eu: _ O que foi, um bicho? Ela: _ Não, suas auréolas! Realmente, as auréolas dos meus seios estavam grandes e escuras. Li num livro que é para o bebê enxergar melhor onde fica a mina de leite. PORRA!!! O meu não vai ter como errar!
É importante o uso de sutiã, parceiro imbatível durante os nove meses. Hora de esquecer as blusinhas de alcinhas, aquelas bem à vontade, super verão. Os modelitos têm que sustentar em cima e proporcionar conforto embaixo. Porque xixi é toda hora. Logo, nada de apertar a bexiga ou o tempo de intervalo entre as idas ao banheiro pode cair.
O legal é que grávida tem acesso livre em qualquer lugar. Na rua, quando percebem uma grávida apertada, mostram logo o caminho do toilete sem questionar. Se o confessionário fosse só para xixi, seria lindo. Mas tem os enjôos.



Os três primeiros meses são sinônimo de cara de cu diante do espelho. Depende da gravidez. A minha foi um “Deus nos acuda”. E não era frescura com cheiro, comida, essas coisas não. O meu buraco foi bem mais embaixo. Não podia ver a cara do Lucrécio. Nem falar com ele pelo telefone. Era Raul na hora! Imagina como deve ser frustrante para um pai ver que a mulher com quem ele vai ter um filho não agüenta o cheiro dele, não quer olhar para ele e nem ser tocada por ele. Ele pirou!!!! Quanto mais tentava ajudar, mais piorava a situação.
Teve um dia que acordei com um mau humor terrível. Todas as manhãs eram difíceis e penosas. Naquela, deu vontade de sumir. Tinha acabado de levantar. Não tinha pão, queijo, nada para tomar café. Alguém teria que ir na padaria, ele não tinha se tocado disto. Lucrécio vem e me trás uma flor dizendo: _ Você já sentiu o cheiro dessa flor? Urggggggggggg! A minha vontade, naquela hora, era pegar a flor com toda raiva da mão dele e comê-la. Mastigando com força. Mas simplesmente peguei a flor e joguei no chão. Ele ficou puto. Puxou um sermão de meia hora. Poxa, o cara ao invés vir com uma bandejinha de café da manhã, uma frutinha ou algo parecido. Vem com uma flor sabendo do enorme risco que estava correndo. Não dá!!!
Assim, entre tapas e beijos, entres términos e voltas, nossa relação resistiu. Deu pena do Lucrécio, sempre tão bonzinho.

A Descoberta


A DESCOBERTA

Quem disse que engravidar é fácil?
TRANSAR sem pensar nas conseqüências que é fácil. Não verificar se a CAMISINHA estourou que é fácil. Tomar PÍLULA do dia seguinte, então, mais fácil.
Isso... quando ela funciona. Porque no meu caso, a camisinha estourou e ela não funcionou. A bula informava que a ingestão das duas bolinhas brancas e milagrosas deveria ser em 72 horas. E que quanto mais tarde ela acontecesse menor seria a garantia de efeito. PIMBA! Em 36 horas tornei-me GRÁVIDA! Para o resultado, como diz o ditado, bastam 9 meses.
Quando engravidei, soube desde o primeiro mês. Meus HORMÔNIOS entraram em choque, como palestinos e israelenses... sem trégua.
O primeiro sintoma foi a IRRITABILIDADE com o meu parceiro, o Lucrécio. Brigas fenomenais, barraco pesado mesmo. Por causa de tudo e qualquer coisa palavrões, foras no meio da lata dele sem a menor pena. O primeiro sinal de gravidez foi assim:
Depois de um dia estressante de trabalho lá na redação da TV, ele foi me buscar. Não lembro ao certo o que motivou o início de mais uma discussão, mas ao fim pedi aos PRANTOS para ele sumir da minha vida.
Pronto! Algo estava estranho. Afinal, estávamos namorando há menos de 2 meses. Na cama, era uma loucura. Só nos divertíamos. Tudo ainda eram flores. Pelo ao menos, era para ser. A RELAÇÃO era para estar no melhor momento pelo o que todo mundo está cansado de saber, o tal das flores.
Flores que nada, só se fossem para o enterro dele, coitado. Eu só pensava em maltratá-lo.

Em casa, conversamos. Ele que já havia passado por um quadro depressivo achou que o mesmo acontecia comigo. Fomos procurar AJUDA. A médica pediu afastamento do trabalho de 15 dias e receitou um antidepressivo que nunca tomei. Meus MÉTODOS foram outros.
Coloquei a mochila nas costas e fui conhecer a Ilha do Marajó.

Fomos acampar no quintal da casa da tia de uma amiga minha. Não pense que foi uma furada. Deu super certo. PENSAR em como acender uma fogueira na praia, tirar côco do pé e pescar a própria janta mantinha minha mente ocupada e brigávamos menos.
Nos momentos de REFLEXÃO, vinha a certeza de que algo estava diferente. Depois de cada refeição, SONO. Muita sede. SEIOS VOLUMOSOS. Para confirmar pedi um sinal divino. Caso eu estivesse mesmo grávida, aquele chá de cogumelo que fizemos não daria onda. Estava deitada numa rede quando tomei a minha parte. A lua brilhava tanto no céu. Em silêncio, conversei com Deus e tomei o chá. Dito e feito, não deu onda alguma. Eu, Lucrécio e Abgail partimos para o vinho.

Sabia: Estava grávida! Daí vieram outras e mais outras CONSTATAÇÕES. Três longnecks me deixavam bêbada. Eu dava mais atenção à COMIDA que ao álcool e, para completar, na viagem de volta me senti mal no barco. ÔOU! Não podíamos mais fugir da verdade, compramos o TESTE DO XIXI. Ao chegar em casa, deixei as malas e fui ao banheiro.
Antes, perguntei ao Lucrécio o que faríamos se desse positivo. Ele não soube responder ao certo. Voltei com o potinho cheio e com a paleta do teste na mão. Queria que ele estivesse ao meu lado na hora do resultado. Prontos? Lá vai. FUDEU!!!! Duas listas vermelhas em menos de 5 segundos. Íamos ter um bebê. Não sabia o que pensar... Ria, ria sem parar.
Eu, carioca, aos 25 anos, MÃE. E com um namorado paraense de 26 anos, com quem estava há menos de 2 meses. Eu que sempre falava mal dos homens paraenses, paguei pela minha língua.